sábado, 31 de agosto de 2013

Tempo...


Tanto tempo se passou desde a última vez que eu dei a palavra aos meus pensamentos, aos meus sentimentos... A vida cobra e a gente tem que abandonar certas coisas para seguir o caminho que buscamos. Responsabilidades, compromissos, projetos... Talvez eu realmente tenha me tornado uma pessoa adulta. 
Quando eu era criança, achava que nós nos tornávamos adultos quando trocássemos o leite pelo café. Se for assim, sou adulta demais! Mas infelizmente, a quantidade de café que você toma realmente não diz nada sobre você. No máximo, diz o tamanho da úlcera que você terá um dia. 
Acho que nunca saberemos dizer quando seu status deixa de ser "criança" e torna-se "adulto". Talvez seja como Reynolds, que possui o período de "transição" entre o "laminar" e o "turbulento", e não há cálculo científico que possa definir com precisão qual a característica do sistema. 

Trabalhamos sempre com estatísticas, probabilidades... Particularmente, é extremamente irônico eu dizer isso agora. Afinal, a estatística é linda. Apesar de ser tão complicada.*  
"Eu acho que já estou pronta pra viver isso." Aí você sente toda aquela turbulência infantil que sentiu há anos atrás, devido à um sentimento tão conturbado e irracional. Por mais que você prometesse pra si mesmo que seria diferente. Na prática, as coisas sempre ficam mais complicadas. Sempre tem-se um fator que não há como prever, como calcular, como medir sua probabilidade.
Mas independente de eu ser classificada como criança, jovem, adulta ou velha (mentalmente falando), muita coisa já aprendi nessa vida louca, vida... O suficiente pra estar disposta e saber até onde ir.
Take it easy, baby. Take a drink and take it easy! 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Magamalabares Acqua Mare, O barquinho oxáiê

Flores que ofertamos
e que nunca morrerão
em vasos e jarros se bronzeiam
Os anjos de onde vem sua vida bem-vinda
Os livros não são sinceros
Quem tem Deus como império
No mundo não está sozinho
Ouvindo sininhos

Uma simples volta para casa.

"O futuro é consequência de seu presente."

Voltava de uma cansativa viagem a grande metrópole. Como a noite ainda ia ser longa, decidi ir de ônibus, pois seria muito mais tranquilo, comparado aos trens às loucas 6 horas da tarde.
Não estava acostumada com tudo aquilo. Estação Tiete, lotada de figuras ímpares, de ternos, de mochileiros ou de imigrantes. Aquela música de Maria Rita traduzia toda a sensação que tive. Mas eu era uma simples criatura que apenas assistia aquilo tudo.
Vou para o ônibus, atrasos infinitos. E eu ansiosa para voltar para casa, para curtir a sexta com uma amiga após aquele cansativo dia. Meia-hora andando entre as plataformas 10 e 12, para passar o tempo. Até que finalmente o ônibus chega a plataforma 11 e nossa entrada é liberada.
Realmente fazia tempo que eu não viajava de ônibus. Havia me esquecido como era aconchegante. Por coincidencia, sento-me na poltrona 11. Fui a primeira a me aprontar para passar a viagem inteira numa tranquilidade: música, ok; janela aberta para sentir a fresca brisa de fim de tarde, ok; braço da poltrona sob minha propriedade, ok. Agora era só esperar a acomodação de todos.
Eu viajava sozinha. Portanto, uma poltrona vazia ao meu lado. Quem poderia sentar ali? Será que seria uma pessoa bacana? Será que seriam aqueles chatos que ficam puxando conversa e não nos deixam descansar? Fiquei naquela ansiedade aflitiva.
Até que finalmente, um rapaz senta ao meu lado. Mostrei um tímido sorriso, afinal, iriamos fazer uma viagem de 1 hora. Deveria demonstrar ao mínimo uma simpatia. Ele retribui e acomodou-se. E a viagem iniciou-se.
- E então, bela donzela, qual o seu destino?
"Ai não, ele é daqueles caras chatos que ficam puxando conversa." Refleti.
- Vou para Jundiaí.
- Jura? Eu também. - Disse ele com certo sarcasmo.
Afinal, o ônibus tinha como destino Jundiaí.
- Estou perguntando qual seu destino de vida? Quais são seus planos, suas metas?
- Por que eu deveria lhe contar? Você é um estranho, nem o conheço. - Falei, assustada.
- Somos todos iguais, minha cara. Sou dado as filosofias e as vezes me deparo com uma ausência de futuro. Gostaria de saber se sou o único louco deste mundo.
- Não, você não é. Eu tenho metas, planos, me esforço incessantemente para tentar ter um futuro, porém ele é tão abstrato que não consigo compreende-lo.
Nesse momento, já estava guardando o mp3, me ajeitando na cadeira e me inclinando a saber o que aquela figura estranha me aguardava. Aquela não seria uma viagem em vão.
- Mas e você? Tem algum destino, pelo menos em teoria? - investi.
- Em teoria, vou para Jundiaí. Mas na prática, vou visitar meus pais, que há meses não os vejo.
- Aah. Mas e aquele papo de "ausência de futuro"?
- Nós, jovens, temos o horrível problema de nos preoucuparmos com o futuro. Por que não nos preocupamos com o presente e o aproveitamos da maneira mais intensa?
Olhando para a janela, de modo vago, lembrei dos meus últimos meses.
- Minha amiga estranha, me prometa uma coisa? - pediu ele. - Prometa que pensará mais em seu presente! O futuro será consequencia.
Fiquei sem o que responder. Passei a viagem toda refletindo sobre aquelas palavras daquele estranho rapaz. Logo, chegamos a cidade.
- Adeus, minha cara. Seja feliz. Hoje.
- Adeus. E obrigada.
Ele sorriu, pegou sua bolsa e foi embora.

Infelizmente não são fatos reais, mas simples devaneios de uma menina voltando de São Paulo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Uma imagem no espelho.

“Fostes meu amigo. Deu-me a mão na hora em que mais precisei. E além de tudo mostrou-se mais humano do que qualquer ser. Como se eu encontrasse o que sinto em um espelho.”

Simplesmente “chegou chegando”, sem pedir licença para entrar, marcando presença. Fui me abrindo, mesmo com receio. Mas fui cobrando espaço também. Logo, o medo foi-se embora. Ficou apenas a confiança e o sentimento de querer bem. Sem desejo, sem malícia. Simplesmente com aquela sensação de ter encontrado a sua imagem no espelho. Alguém que compreendia, que sabia o que eu sentia. Alguém que me prometera que o sol nasceria. Alguém que me fez acreditar. Me fez chorar igual criança, me fez pensar como gente grande. Me mostrou que era possível “morrer” e ser feliz.

Quando a chuva passar.


"Eu passarei por essa tempestade se amanhã me prometeres que o sol nascerá e que o céu estará azul."

Hoje vi o céu, as nuvens cinzas da tempestade engolindo a paz do céu azul. O mundo prestes acabar. E mesmo debaixo da tempestade, mesmo nessa solidão, eu não deixei de sonhar. Não sei o que espero, não sei nem o que quero. Mas eu sei que o sol vai nascer amanhã, e isso pra mim basta.
Apego-me a fé, rezo por mim, rezo por ti. Rezo para ter certeza que o sol nascerá. Rezo pelas lembranças que não vão voltar mais. Rezo para perdoar e ser perdoada. Rezo para não cometer os mesmos erros. Rezo para ter uma segunda chance. Rezo para ser tudo aquilo que eu sempre quis.

sábado, 25 de setembro de 2010

Guerra interior


E então, tudo aquilo passou, como um filme. Uma comédia, um romance, ou quem sabe até um terror daqueles em que o medo e o suspense perdura por toda a história. Independente de tudo, muitas coisas ficaram para aqueles que guardam as lembranças de modo a aprender com elas.

Agora, a única sensação que fica é o vazio no coração, no estômago e até no pulmão, pois o ar ainda falta para respirar. Mas dessa vez, não é pela intensidade, mas sim pelo sentimento de “e se”.

Porém, a vida não tem mais tempo para suposições. Os grãos de areia da ampulheta estão quase acabando. A hora de mudanças é o agora.

Mais fácil seria começar do zero, deixar para o ano que vem. Mas não pode deixar para viver amanhã. A diferença deve ser feita hoje. Por isso, hoje mesmo é permitido mudar. Os erros foram vistos, revistos e analisados. A mudança a ser feita já está definida, independente de como seja.

É possível resolver o enigma. A fé e os sonhos impulsionam o fato e eles são as armas mais preciosas agora. Porém, a cautela é essencial, pois essas armas que combatem o inimigo, também podem ferir o guerreiro.