Sinta só.
sábado, 31 de agosto de 2013
Tempo...
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Uma simples volta para casa.
Não estava acostumada com tudo aquilo. Estação Tiete, lotada de figuras ímpares, de ternos, de mochileiros ou de imigrantes. Aquela música de Maria Rita traduzia toda a sensação que tive. Mas eu era uma simples criatura que apenas assistia aquilo tudo.
Vou para o ônibus, atrasos infinitos. E eu ansiosa para voltar para casa, para curtir a sexta com uma amiga após aquele cansativo dia. Meia-hora andando entre as plataformas 10 e 12, para passar o tempo. Até que finalmente o ônibus chega a plataforma 11 e nossa entrada é liberada.
Realmente fazia tempo que eu não viajava de ônibus. Havia me esquecido como era aconchegante. Por coincidencia, sento-me na poltrona 11. Fui a primeira a me aprontar para passar a viagem inteira numa tranquilidade: música, ok; janela aberta para sentir a fresca brisa de fim de tarde, ok; braço da poltrona sob minha propriedade, ok. Agora era só esperar a acomodação de todos.
Eu viajava sozinha. Portanto, uma poltrona vazia ao meu lado. Quem poderia sentar ali? Será que seria uma pessoa bacana? Será que seriam aqueles chatos que ficam puxando conversa e não nos deixam descansar? Fiquei naquela ansiedade aflitiva.
Até que finalmente, um rapaz senta ao meu lado. Mostrei um tímido sorriso, afinal, iriamos fazer uma viagem de 1 hora. Deveria demonstrar ao mínimo uma simpatia. Ele retribui e acomodou-se. E a viagem iniciou-se.
- E então, bela donzela, qual o seu destino?
"Ai não, ele é daqueles caras chatos que ficam puxando conversa." Refleti.
- Vou para Jundiaí.
- Jura? Eu também. - Disse ele com certo sarcasmo.
Afinal, o ônibus tinha como destino Jundiaí.
- Estou perguntando qual seu destino de vida? Quais são seus planos, suas metas?
- Por que eu deveria lhe contar? Você é um estranho, nem o conheço. - Falei, assustada.
- Somos todos iguais, minha cara. Sou dado as filosofias e as vezes me deparo com uma ausência de futuro. Gostaria de saber se sou o único louco deste mundo.
- Não, você não é. Eu tenho metas, planos, me esforço incessantemente para tentar ter um futuro, porém ele é tão abstrato que não consigo compreende-lo.
Nesse momento, já estava guardando o mp3, me ajeitando na cadeira e me inclinando a saber o que aquela figura estranha me aguardava. Aquela não seria uma viagem em vão.
- Mas e você? Tem algum destino, pelo menos em teoria? - investi.
- Em teoria, vou para Jundiaí. Mas na prática, vou visitar meus pais, que há meses não os vejo.
- Aah. Mas e aquele papo de "ausência de futuro"?
- Nós, jovens, temos o horrível problema de nos preoucuparmos com o futuro. Por que não nos preocupamos com o presente e o aproveitamos da maneira mais intensa?
Olhando para a janela, de modo vago, lembrei dos meus últimos meses.
- Minha amiga estranha, me prometa uma coisa? - pediu ele. - Prometa que pensará mais em seu presente! O futuro será consequencia.
Fiquei sem o que responder. Passei a viagem toda refletindo sobre aquelas palavras daquele estranho rapaz. Logo, chegamos a cidade.
- Adeus, minha cara. Seja feliz. Hoje.
- Adeus. E obrigada.
Ele sorriu, pegou sua bolsa e foi embora.
Infelizmente não são fatos reais, mas simples devaneios de uma menina voltando de São Paulo.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Uma imagem no espelho.
Simplesmente “chegou chegando”, sem pedir licença para entrar, marcando presença. Fui me abrindo, mesmo com receio. Mas fui cobrando espaço também. Logo, o medo foi-se embora. Ficou apenas a confiança e o sentimento de querer bem. Sem desejo, sem malícia. Simplesmente com aquela sensação de ter encontrado a sua imagem no espelho. Alguém que compreendia, que sabia o que eu sentia. Alguém que me prometera que o sol nasceria. Alguém que me fez acreditar. Me fez chorar igual criança, me fez pensar como gente grande. Me mostrou que era possível “morrer” e ser feliz.
Quando a chuva passar.
Hoje vi o céu, as nuvens cinzas da tempestade engolindo a paz do céu azul. O mundo prestes acabar. E mesmo debaixo da tempestade, mesmo nessa solidão, eu não deixei de sonhar. Não sei o que espero, não sei nem o que quero. Mas eu sei que o sol vai nascer amanhã, e isso pra mim basta.
Apego-me a fé, rezo por mim, rezo por ti. Rezo para ter certeza que o sol nascerá. Rezo pelas lembranças que não vão voltar mais. Rezo para perdoar e ser perdoada. Rezo para não cometer os mesmos erros. Rezo para ter uma segunda chance. Rezo para ser tudo aquilo que eu sempre quis.
sábado, 25 de setembro de 2010
Guerra interior
E então, tudo aquilo passou, como um filme. Uma comédia, um romance, ou quem sabe até um terror daqueles em que o medo e o suspense perdura por toda a história. Independente de tudo, muitas coisas ficaram para aqueles que guardam as lembranças de modo a aprender com elas.
Agora, a única sensação que fica é o vazio no coração, no estômago e até no pulmão, pois o ar ainda falta para respirar. Mas dessa vez, não é pela intensidade, mas sim pelo sentimento de “e se”.
Porém, a vida não tem mais tempo para suposições. Os grãos de areia da ampulheta estão quase acabando. A hora de mudanças é o agora.
Mais fácil seria começar do zero, deixar para o ano que vem. Mas não pode deixar para viver amanhã. A diferença deve ser feita hoje. Por isso, hoje mesmo é permitido mudar. Os erros foram vistos, revistos e analisados. A mudança a ser feita já está definida, independente de como seja.
É possível resolver o enigma. A fé e os sonhos impulsionam o fato e eles são as armas mais preciosas agora. Porém, a cautela é essencial, pois essas armas que combatem o inimigo, também podem ferir o guerreiro.